Belgrado 2006 . parte VII . “Até a vista”

Como tínhamos voltado da festa às 7h da manhã e eu deveria acordar às 9h para estar no aeroporto às 11h (com três, não duas horas de antecedência, já prevendo problemas), eu achei melhor ficar acordado direto e deixar pra dormir no vôo. Assim, despedi-me do Olivier, comecei a arrumar as malas (49kg!), dobrar as roupas, empilhar os papéis, e deitei para escrever os cartões postais que faltavam para botar no correio antes de sair pro aeroporto e, já que dava tempo, dar uma cochiladinha rápida e…

Por sorte, ninguém mais no albergue sabia português, ou teriam se ofendido com o “PUTA QUE PARIU!” que berrei quando acordei e vi o horário 11h30 no relógio.

Para poupá-los da seqüência “Esqueceram de Mim” que se seguiu, posso pular direto para o táxi que peguei pro aeroporto, e que custou 800 dinares – em vez dos 120 que pagaria pelo ônibus regular – mas me fez chegar a tempo suficiente de fazer o check-in do vôo Belgrado-Viena-Londres pela Austrian OS a serviço da British Airways – a companhia mais sofrida do mundo naquele momento. O guichê da BAw era o mais entupido de todos, e eu tive dó sincera dos funcionários que se desdobravam para atender e tolerar a irritação das centenas de pessoas que haviam perdido seus vôos.

Seria hipócrita agora se omitisse que o outdoor “Belgrade will miss you. Thank you. Goodbye.” me molhou os olhos – tanto na hora, na beira da estrada, quanto agora. Não sei. Acho que o tratamento “druze” (amigo), que os iugoslavos usavam no lugar de “camarada” soviético ou “compañero” cubano, se aplica perfeitamente à cidade. Uma amiga.